A aurora já havia raiado. Angra acordara para mais um dia. Não um dia qualquer. Presságio de um novocomeço.
Finalmente o valor que havia sido entregue a Angra do Heroísmo por todos aqueles que por cá vinham passando ao longo dos séculos tomava agora outras dimensões. Ganhava agora uma outra importância. Por tudo o que Angra fora e pela sua vontade de restaurar o seu passado, é condecorada com a denominação de Património da Humanidade pela UNESCO. Angra sobe ao pódio de menina do mundo. Eterniza-se como a primeira parcela de Portugal a receber tão grande distinção.
Agora sim. Angra do Heroísmo, “mui nobre, constante e sempre leal cidade” vê o reconhecimento da sua identidade perante os olhos do mundo. Vê-se recompensada pelos trabalhos de reconstrução e devolução da sua dignidade. E, hoje, anos depois, olha-se de novo para aquela hora terrível de assombro e suspira-se de alívio e orgulho por Angra ser o que é.
E por isso, naquelas que são as maiores festas do concelho – as Sanjoaninas, procura-se despertar esse sentimento de orgulho pela cidade que veio abaixo mas levantou-se, determinada e firme a viver o que o futuro ainda lhe reserva.
Abraçamos este mote, para festejar Angra, para festejar o que somos e o que fomos construindo ao longo dos séculos de história. E, mais concretamente, para celebrar as três décadas da atribuição de tão nobre título. Título esse que nos deve honrar e orgulhar por mais séculos e séculos de história que hão-de vir."
ANGRA: 30 ANOS DE PATRIMÓNIO MUNDIAL